Compositor: Ramón Melendi
Você andava pela casa como os fantasmas
Com os pés descalços para não fazer ruído
Eu estava esperando que você me dissesses
A típica frase com a que todos os finais começam
Tenho que falar contigo, amor, isto já não funciona
A casa não é igual, amor, sem você
A casa sem sua roupa pelo chão
É como um parque sem folhas em novembro
(Você) me deixou tantos mas que agora vivo em um talvez
Durmo com a porta aberta para ver se suas recordações
Se decidem partir, não há maneira de esquecer
Que sem sua interpretação a casa não é igual
Os dias passam como uma condenação
E sinto que ninguém leu meus direitos
São baixos os tetos, as nuvens eternas
E não deixa de soar essa canção que escutei entre suas pernas
Se a culpa foi minha, perdão
Se foi sua, perdoa
A casa não é igual, amor, sem você
Passo todo o dia patinando
Porque nosso quarto agora é de gelo
Os espelhos não sorriem e no banheiro há greve armada
Por (você) deixar só o rímel e levar o seu olhar
É um velho galeão, que se enferruja sob o mar
Porque, amor, sem você, a casa não é igual
Os bêbados e as crianças
Dizem sempre a verdade
E, amor, desde que (você) se foi
(Você) Já vê, sou metade e metade
Não aprendi a viver só
Pode que (eu) não tenha querido
Porque eu só imagino uma vida contigo